Uma clínica veterinária localizada em Pontal das Garças, Vila Velha, foi interditada e o veterinário responsável preso, nesta quinta-feira (9). O local foi alvo de operação da CPI dos Maus-Tratos da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), delegacia de Meio Ambiente da Polícia Civil, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Vigilância Sanitária, Defesa Civil, Coordenação de Postura e Guarda Municipal.
Segundo a deputada estadual Janete de Sá, presidente da CPI, é inadmissível que um local como aquele recebesse animais para tratamento, dada sua precariedade nas condições de atendimento. “Uma clínica de horror. Os tutores entregavam seus animais pensando que eles seriam tratados, mas, na verdade, eles acabavam morrendo diante de tanta precariedade”, disse surpreendida.
De acordo com Janete, 17 animais mortos foram encontrados em dois refrigeradores, outro num saco no chão da clínica, material cirúrgico enferrujado, medicamentos vencidos e armazenados em geladeira junto com comida, uma caixa cheia de seringas e agulhas que seriam reutilizadas, uma máquina de secar roupa sendo usada como incubadora, entulhos de obras, peças de oficina mecânica, dentre outras irregularidades.
Sob os ‘cuidados’ do veterinário responsável que dá nome à referida clínica, havia 5 gatos e 11 cachorros internados. Seus tutores foram acionados e retiraram os bichos do local. Uma delas, inclusive, declarou aliviada: “eu conheço alguns funcionários, mas, não imaginava os problemas, tenho sorte em poder levar meus cachorros vivos”, contou sem querer se identificar.
Mas, nem todos os tutores tiveram a mesma sorte. Um casal deixou sua cachorrinha, buldogue de 1 ano e 5 meses, nesta quarta-feira (8), na clínica e hoje recebeu a notícia da sua morte. “Nós fomos até a clínica porque nossa cadela Isadora, estava com um caroço no olho. No local fomos convencidos por um homem de nome Emerson que ela precisaria ser operada porque corria risco de morrer. Nós pagamos R$ 1 mil e ele nos garantiu que o procedimento seria rápido e que no outro dia poderíamos pegar nossa cadela. A gente espera que os culpados sejam responsabilizados para que ninguém mais passe pelo sofrimento que estamos passando” falou com lágrimas nos olhos o tutor.
O delegado Eduardo Passamani, titular da delegacia de meio ambiente da Polícia Civil, disse que as investigações continuarão e não descartou a possibilidade do veterinário preso ter cometido outros crimes e que exista o envolvimento de outras pessoas. “Em 2017 o veterinário foi investigado por crimes de maus-tratos, mas não ficou preso porque a Lei na época não previa essa punição. A polícia vai trabalhar para que ele seja impedido de voltar a trabalhar uma vez que ele foi negligente e não tem zelo com os animais que são levados a sua clínica”, declarou o delegado.
Janete de Sá afirmou que entrará com pedido de cassação do registro do veterinário. “É inadmissível que um médico, um profissional com curso superior, cometa tantas atrocidades com animais indefesos e ainda cobre pelo s serviços que realiza”, afirmou.
O veterinário foi preso em flagrante e levado para a delegacia de meio ambiente onde foi autuado por crimes de maus-tratos aos animais que prevê uma pena de prisão de 2 a 5 anos. De lá ele foi levado para o Centro de Triagem de Viana.
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